Dra. Vânia Tironi
Fonoaudióloga ( PUC-SP)
Especialista em Voz ( PUC-SP)
Especialista em Medicina Tradicional Chinesa pelo CCA e Toyo Seitai Jissen G kuin – Escola Clinica – Tóquio Japão.
Especialista em Acupuntura (CEATA)
Aperfeiçoamento em Medicina Chinesa na China no Mianyang TCM Hospital e Beijing TCM.
Quem sou eu?
Essa realmente é uma pergunta muito complexa, difícil de responder.
Quem sou eu? Falo aos meus pacientes que, se a pessoa já é, nada se pode fazer para mudar, mas se ela “está”, há uma grande chance de mudança, dessa forma a pergunta “quem sou eu?” Me faz filosofar.
Outro dia um amigo brincalhão me perguntou se eu era normal. Olhei muito brava para ele e respondi: “normal eu? Pode acreditar que sim, somente não sou comum”. Acredito que SOU extremamente inquieta e absurdamente curiosa. Quando as coisas ficam fáceis demais, fico entediada e logo procuro novos desafios, o meu ultimo desafio, escolhido há um pouco mais de um ano, será adquiri fluência em Chinês Contemporâneo. Dizem que é extremamente difícil, digo que é apenas mais uma escolha. Me perguntam porque aprender chinês? Penso que seja porque eu ame o oriente e a Medicina chinesa e também porque quero ser fluente em meu 8º “ idioma”.
Ouvi dizer, certo dia, que: “O ser humano torna-se completo seguindo duas premissas, sendo homem precisa conhecer verdadeiramente a mulher, sendo mulher necessita conhecer o homem, ocidental aprender sobre o oriente e oriental, aprender sobre o ocidente”. Gostei muito de ouvir isso, confesso que ainda não conheço verdadeiramente o homem e estou desvendando, na medida do possível, o Oriente. Cada ideograma que aprendo, me encanto ainda mais, pois quase todos tem um significado ou uma “filosofia” de vida, por exemplo: o ideograma da palavra sabedoria (hui 慧) é representado por duas “vassouras, uma mão e um coração”, estranho? Possivelmente para nós e não para os chineses. A vassoura sobre o coração abre os caminhos para a sagacidade e a sabedoria. Um coração limpo está pronto para receber sabedoria. Concorda?
Há um provérbio chinês que diz mais ou menos assim: “O homem lava e penteia seus cabelos todas as manhãs, porque não o seu coração?” O que eu estava fazendo mesmo?
Ah sim! Respondendo a pergunta: Quem sou eu?
Ok! Vou enfrentar mais esse desafio e tentar me apresentar de forma intima. Eu e meus 9 irmãos fomos criados na roça, no interior de Minas Gerais. Sim isso mesmo, eu e meus nove irmãos! Minha família é gigantesca, somos 10 irmãos, meus pais, 52 sobrinhos, alguns já estão casados, 10 cunhados atuais e alguns ex cunhados, dois sogros, uma sogra, 1 marido e 1 filho, me perguntam se eu sei o nome de todos, respondo que sei, só que esqueço. Esquecer não é pecado. Continuo treinando minha memória, todos os dias recito um mantra que diz: “Preciso esquecer que eu possa esquecer, para que possa me lembrar de tudo sem esquecer de nada”. Logo, logo chego lá. Continuando! Aos 8 anos fui morar com meu irmão numero 1 em Belo Horizonte, foi uma experiência traumática, senti muita falta da minha casa, retornei para o meu lar após um ano, mas na época para mim um ano correspondeu há uma eternidade. Seis meses depois fui morar com minha Irmã numero 1. Meu Deus onde estão os pais dessa criança? Pois é! Parece que eu já fazia o que queria, ainda bem que fui uma criança pensante, pelo menos era o que achava. Talvez se soubesse, na época, que liberdade é sinônimo de responsabilidade, que quanto mais livre, mais responsabilidade, não tivesse querido ser tão livre. Aos 13 fui morar com uma tia, pois precisava estudar e na roça só tinha escola ate o 3ª série primária, hoje diz-se 3º ano.
Nota-se que eu estava muito atrasada na escola, mas tudo bem, eu era muito miudinha, vou repetir: EU ERA, agora tenho 1:63m, para o meu filho com 1:90m continuo mini, como ele diz minivan. Aos 13 anos parecia que eu tinha 9 anos. Menos mal. Assim não teria que responder a mais uma pergunta… Por que você está tão atrasada? O que realmente não estava bem era a minha fala/sotaque, coitada de mim, falava tudo errado. Certa vez, uma coleguinha me olhou assustada e me perguntou: “Porque você fala assim? Você é roçaliana?”. Fiquei chocada e pensativa – o que ela queria dizer com raçaliana? Eu fiquei sem palavras e não a respondi.
Hoje, visitando o passado, observo como o mundo é fantástico, Me tornei Fonoaudióloga… Adoraria encontrar, hoje, essa minha coleguinha e responder que eu não falava errado, eu simplesmente falava apenas três idiomas português, mineres e o “raçaliano”, e que eu estava ingressando em outro o “cidadeano”, penso que poderia ser bem engraçado. Para desespero dessa colega, fui a melhor aluna da turma. Meus colegas não conseguiam entender, como uma roçaliana só tirava nota máxima e eu não conseguia entender, porque eles, que falavam fluentemente “cidadeano”, não tiravam boas notas. Vamos deixar os idiomas e as notas de lado e voltar a minha apresentação.
Aos 15 anos comecei a trabalhar em uma contabilidade e depois em uma autopeças. Bom, nessa época eu já dominava meu quarto” idioma” o “cidadeano”, estranho? Pode ser, mas me sentia o máximo, dominava quatro “idiomas” e conhecia tudo de peças para automóveis, inclusive trocar pára-brisas de caminhão, trocar pneu. Já sei! Isso é realmente muito difícil de acreditar, sim é mesmo, eu não consigo acreditar que conhecia tudo, mas não se preocupe, já esqueci. Nunca falei sobre isso com o meu marido, eu sempre falo que não entendo nada de carro, só para ele levar o meu carro na oficina, sinceramente, prefiro que ele faça isso. Aos 18 anos terminei a 8ª serie, atualmente 9º ano. Escolhi morar, com minha Irma numero 4, em São Paulo, havia cansado de interior agora estava disposta a aprender meu 5º “idioma” o paulista.
Nossa! Quando cheguei em São Paulo, achei que havia regredido, por incrível que pareça comecei a responder as mesmas perguntas: Por que você fala assim? Respondia sou mineira uai soh e ainda não domino seu “idioma”. Nessa época, o que realmente me fascinava era sair às ruas sem precisar falar, “oi, bom dia, boa tarde, boa noite” para todo mundo. Oi Vaninha, bom dia Vaninha, nossa você esta estranha hoje… Aleluia! Isso ainda adoro em São Paulo. Ao mesmo tempo que a cidade gigante me encantava, me assustava, mas tudo bem, falava para mim mesma. Em uma semana estava estudando e trabalhando. Em um ano casando. Tudo muito rápido? Talvez, mas para mim não, tudo era uma questão de escolha e organização. Entrei na faculdade com 22 anos. Poxa vida! Me sentia muito velha, 95% das minhas colegas tinha apenas 17 e 18 anos. Digo colegas, pois era uma sala feminina. Inicialmente eu as achava fúteis e imaturas, mas depois “regredi” e vivi coisas fantásticas com elas. Só tenho a agradecer.
Estudei muito, não ficava feliz se não tirasse 10, então chorei muito também. Aprendi a estudar, já dominava meu quinto “idioma” o “Paulista”, tirei carta de motorista, tirei muitas notas 10. Fui líder vitalícia de turma, fui membro da comissão de formatura. Conhecia todos os professores e eles a mim. Comecei, ainda na PUC, a me interessar por Artes Terapêuticas Orientais. Comecei de fato a estudar Inglês meu segundo idioma ou 6ª? Terminei a faculdade, montei consultório, trabalhei com indicação de aparelhos auditivos, tive meu único filho aos 28 anos.
Fiquei mamãe exclusiva por dois anos e meio. Voltei a trabalhar, fiz Especialização em Medicina Chinesa,( Shiatsu, Do-in, Auriculo, Acupuntura), Terminei minha Especialização em voz com a tese sobre técnicas da Medicina Tradicional Chinesa para tratar varias patologias da voz. Terminei minha especialização em Acupuntura com a tese sobre “Tratamento de pequenas patologias da voz com Acupuntura”. Viajei à China duas vezes para fazer aperfeiçoamento em Medicina Tradicional Chinesa (Acupuntura, Moxabusto, alimentação etc). Estudo Espanhol, Estudo Chinês. Vamos relembrar quantas línguas eu aprendi? “português, roçaliana, cidadeana, mineirês, paulista, inglês, espanhol, chinês. Noh! está bão demais da conta soh! (assim dizem os mineiros).
Quando estava na faculdade tive a oportunidade, a felicidade, o prazer e a sorte de ter Mario Sergio Cortella como meu professor, meu Mestre. Ficava encantada com tamanha sabedoria, cada palavra que ele falava, cada frase eu absorvia, sem piscar, sem respirar para não perder nada do que era dito, pensava: “quero ser assim”, pobre garota inocente, somente ele pode ser assim tão magnífico… Em uma aula ele relatou que havia encontrado uma pessoa que não a via há muito tempo, essa pessoa olhou para ele e exclamou: Nossa Sergio! você não mudou nada, continua igualzinho. Ele sorriu, com aquele sorriso encantador de uma pessoa extraordinária e continuou – “Como pode eu igual? Eu estou completamente mudado, estou completamente diferente, não sou mais aquele, eu sou outro a cada segundo, a cada minuto, a cada dia. Imagina como estou mudado depois de um ano, dois… Eu estou diferente, eu estou em evolução, eu estou em transformação a cada momento”.
Portanto, para fechar meu texto e responder a pergunta quem sou eu? Respondo: eu não sou eu estou. Como estou? Estou Assistente de um dos maiores Mestre Acupunturista, Dr Tou Kuang Wu. Ministro aulas e palestras divulgando as cinco saúdes, revelando os segredos da Medicina Chinesa e dos sábios chineses para que todos possam alcançar um VIVER ESPECIAL. Ministro palestra sobre Acupuntura e Estética facial associada à ginástica. No campo da Fonoaudiologia, atendo crianças e adultos com alteração na fala, linguagem, gagueira e voz. No campo da Medicina Chinesa atendo em todas as faixas etárias desde bebês a idosos com diversos problemas de saúde como, por exemplo: bronquite, dores em geral, depressão, ansiedade, obesidade, faço acupuntura para estética corporal e facial. Mantenho um principio básico e imutável em relação aos atendimentos que faço. Atender a todos com respeito, ética, tendo como premissa que todos saiam sempre melhor da consulta, que possam acessar o que há de melhor em si.
Escrevi tudo isso para mostrar que é possível manter o equilíbrio a partir das escolhas, não importa o que você esteja vivendo no momento, ainda assim há a possibilidade da escolha para se VIVER ESPECIAL, porque o poder está em suas mãos.